O poder do uso da língua nos media
Apresentação do livro Caim de José Saramago
Desde sempre que José Saramago, como escritor e figura pública que é, nos presenteia com declarações particularmente ofensivas para a Igreja. Esta última disse a propósito das declarações do autor no dia da publicação do referido livro que seria uma mera “operação de publicidade” e que “não fica bem a um Prémio Nobel entrar em tom de ofensa” com a Igreja (Padre Manuel Morujão). Segundo alguns críticos, Caim conta-nos em tom irónico e jocoso a história do filho primogénito de Adão e Eva – Caim. José Saramago afirmou que “Caim suscitou incompreensões e ódios velhos”, um alvoroço, não suscitado pelo livro, mas pelas declarações por si proferidas: “Desperto muitos anti-corpos” disse o escritor que com ironia referiu ser este o “livro que mais se tem falado apesar de não ter sido lido”, uma situação que qualifica de “magia e quase milagre” por se “ ter dito tanto sobre um livro que não leram”.
Assim, concluímos que o uso da língua, da palavra através dos media pode ser poderoso, chocante e por vezes hiperbólico, Saramago não precisava nesta altura da sua vida de se aborrecer e provocar atritos com instituições sacras como a Igreja, mas também não podemos retirar a um escritor o direito de exprimir as suas opiniões, de as assumir publicamente como Saramago nos habitou ao longo da sua vida.
Formandos do curso EFA-NS tipo A/B
Bibliografia:
www.visão.pt
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